domingo, 14 de março de 2010


O ESTÁGIO PARA QUEM EXERCE O MAGISTÉRIO


O autor nos convida a discutir e refletir a volta dos professores “leigos”, entretanto, experientes à sala de aula das Universidades e afins, com a finalidade de se obter uma complementação de sua formação exigida pela legislação e, também pela importância de se passar pelo Estágio Supervisionado (agora como aluno), que agora pode ser sentido como meio de ressignificação da práxis e identidade profissional.
O estágio é visto como espaço de ação e reflexão da prática docente pelos educadores veteranos, sendo que é um campo de teorias, de formação continua da ressignificação de seus saberes e da produção de novos conhecimentos. Assim, o estágio torna-se um período de diálogos, lições, investigação, análise, superação de obstáculos e construção de novos caminhos.
Assim, o estágio para quem exerce o magistério é realizado para proporcionar ao professor a possibilidade de se reconhecer como sujeito que além de ensinar conteúdos, também pode refletir a sua prática, aprender com o outro, que por sua vez pode se tornar um agente de mudanças na escola e na sociedade.

terça-feira, 9 de março de 2010

POR QUE O ESTÁGIO PARA QUEM NÃO EXERCE O MAGISTÉRIO: O APRENDER A PROFISSÃO





Selma Garrido Pimenta e Maria Socorro Lecena Lima


No texto “Por que o estágio para quem não exerce o magistério: o aprender a profissão”, Pimenta e Garrido enfoca a importância e as contribuições do estágio para quem não exerce a profissão docente, bem como seus objetivos, dificuldades, e reflexões que proporcionarão uma contribuição para o crescimento acadêmico e intelectual dos futuros educadores. O estágio surgiu como uma contribuição para a confirmação da docência, apesar de não ser uma preparação final para o magistério, é nesse espaço que futuros professores, alunos, instituição e universidade discutem questões essenciais para a educação.

É no período do estágio que o aluno estagiário se depara com questionamentos essenciais para sua caminhada, descobrindo o verdadeiro sentido da profissão, o que é ser e como ser professor no mundo de hoje, além de possibilitar uma reflexão e confirmação de ser educador.
O estagiário inexperiente no magistério vivenciará situações difíceis na escola, seja de modo interno ou externo, como os obstáculos, os desafios, bem como as condições desfavoráveis além de uma real contradição entre o visto e o vivido, entre a teoria e a prática. É no âmbito escolar que o estagiário vai conhecer os profissionais atuantes na educação, alguns satisfeitos e realizados com a carreira, outros insatisfeitos,desacreditados e desiludidos com a valorização e o não reconhecimento profissional, além dos problemas de modo econômico, social e político que influenciam no espaço escolar.

As principais perspectivas do estágio é promover uma reflexão da práxis, da realidade escolar e o conhecimento adquirido no decorrer da trajetória acadêmica, ele possibilita uma relação harmoniosa capaz de realizar trocas de conhecimentos, experiências entre os professores experientes e os iniciantes. O estágio se concretiza numa participação,interação, intervenção e trocas de conhecimentos entre os agentes escolares, estagiários,instituições, universidades e a sociedade.

segunda-feira, 8 de março de 2010

segunda-feira, 1 de março de 2010

HISTORIA DE VIDA


Não me lembro com clareza da minha infância, sei que foi uma fase tranquila e de momentos felizes ao lado de meus pais,nascir numa pequena cidade do interior da Bahia chamada Ibirataia onde morei 9 anos,sou a primogenita de uma familia de quatro filhos. Começei a frequentar a escola com cinco anos de idade, tive professoras esforçadas e comprometidas com o ensino e o aprendizado dos alunos, fui alfabetizada da maneira tradicional do ba-be-bi-bo-bu, método esse baseado apenas na exposição verbal, análise e conclusão do conteúdo por parte de professor;onde os processos de ensino só podem se realizar na medida em que a criança estiver “pronta”, madura para apresentar respostas certas, obter notas altas, repetir o que o professor ensina.

Também me lembro das avaliações,provas,testes que eram realizados apenas no intuito de obter nota, notas essas bastantes comprometidoras nos boletins,avaliação essa denominada de avaliação somativa, que consiste numa decisão tomada no final do ano para deliberar sobre a promoção de alunos. É usada, tipicamente, para tomar decisões a respeito da promoção ou reprovação dos alunos que não obtiveram êxito no processo de ensino-aprendizagem.
Segundo Hoffmann, entende a avaliação como uma ação provocativa do professor, desafiando o aluno a refletir sobre as experiências vividas, instigando-os a formular e reformular hipóteses, direcionando para um saber enriquecido. Logo, a avaliação é a reflexão transformada em ação, que impulsiona a novas reflexões. Cabe ao educador uma reflexão permanente sobre a sua realidade, um acompanhamento contínuo do educando, na trajetória da construção do conhecimento.

Quando estava com dez anos de idade meus pai resolveram se mudar para Jaguaquara e tive que começar a estudar da alfabetização pois não tinha como comprovar que já estava avançada nos estudos. Estudei na escola Stela Câmara Dubois até a terceira série,depois tive que mudar de escola por não ter a quarta série na mesma. Concluir o primeiro grau no Colégio Pio XII,e o segundo grau concluir no Colégio Taylor Egidio.

CAMINHADA UNIVERSITÁRIA

A primeira tentativa para entrar na universidade foi quando fiz o vestibular para o curso de enfermagem na UESB e na UESC, porém fracassei, fiquei bastante arrasada, mas não desistir, no ano seguinte tentei novamente agora para ciências biológicas na UESB, pois queria ingressar na área da saúde, pois para mim é uma área cheias de mistérios e por estar ligada a vida humana/descobertas, desafios e surpresas. Não conseguir, então bateu o desânimo e decidir dar um tempo para refletir sobre a minha vocação. Depois de um ano mais ou menos fiz seis meses de cursinho na minha cidade, tinha acabado de passar no concurso da prefeitura de Itaquara e comecei a trabalhar na área da educação, depois de um ano resolvi prestar o vestibular e então bateu a dúvida para que área fazer, depois de refletir resolvi tentar para a área na qual já estava trabalhando, então fui eu fazer para Pedagogia na UESB de Jequié-BA.

Para minha alegria e sorte passei no curso de Pedagogia depois de prestar quatro vestibulares e em 2006.1 comecei a estudar,depois de mais ou menos um mês eu me casei e passei a estudar em Jequié,morando em Jaguaquara e trabalhando em Itaquara, confesso que é uma batalha,mas com coragem e fé em Deus tive forças e terei até concluir o curso. No começo do curso não tinha nenhuma noção de educação, educar para mim se restringia apenas repassar conhecimentos. Por muito tempo pensei assim, a falta de estímulo e de perspectiva com a futura formação atrapalhava-me na descoberta do verdadeiro sentido do que é ser um educador, confesso que até hoje procuro me encontrar dentro dessa profissão, ás vezes me sinto incapaz de realizar o meu papel de educador.

HOJE NA UESB

Hoje, depois de quase quatro anos dentro da Universidade, ainda existem obstáculos que desanimam não só a mim, mas creio que a grande maioria dos futuros Pedagogos. No decorrer do curso, houve momentos de muita insatisfação, questionamentos e desânimo que me fizeram pensar na possibilidade de desistir e tentar outra área. Sentir muita falta da prática em sala de aula, de um laboratório para o curso e de atividades que mostrassem a realidade das nossas escolas, principalmente a pública.

No decorrer do curso de Pedagogia, no primeiro semestre havia uma grande alegria e satisfação de poder cursar numa faculdade de renome e prestigio como a UESB, mas, ao iniciar o semestre sentir muitas dificuldades em relação aos assuntos das disciplinas oferecidas no I semestre, eram assuntos que estavam em comum acordo com as vista no magistério e como eu não tinha feito o magistério, tive muita resistência de início, apesar das divergências, eu estava bastante ansiosa para descobrir o novo, e propostas das disciplinas me fizeram refletir sobre o verdadeiro sentido da aprendizagem, com o passar do tempo as idéias começaram a se organizar e a serem ampliados.

E assim, na sala de aula, enquanto ensina o professor também aprende, e, enquanto aprende o aluno também ensina, pois a aprendizagem é um processo contínuo, que dura toda a vida, o professor deixará de ser um mero instrutor, para tornar-se um educador, como afirma Freire, “... o educador já não é o que apenas educa, mas o que enquanto educa, é educado, em dialogo com o educando, que, ao ser educado, também se educa”(FREIRE, 1982, p.78).

Assim, educar significa: propiciar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito, confiança, e acesso, pelas crianças, aos outros conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Cuidar significa: ajudar o outro a se desenvolver como ser humano, valorizar e ajudar a desenvolver capacidades.

Como estudante dessa instituição sentir muita falta da relação entre a teoria e a prática, lamento não ter tido esse suporte para poder relacionar e entender os conteúdos que eram expostos de maneira vazia, digo vazia pelo fato de não proporcionar um contato mais próximo da realidade que hoje vive a escola pública. Com essa parceria entre a teoria e a prática o aprendizado seria um sucesso e todos poderiam pensar, fazer,repensar e novamente fazer sempre aprendendo a ser um profissional questionador, investigador e reflexivo da sua prática.
O curículo do curso de Pedagogia necessita de uma repensada e reformulada, precisa de uma proposta que direcione para uma prática voltada para a realidade da sua clientela. Um curso que pense na interatividade entre a teoria e prática.

Diante de tantos questionamentos, vou traçando meu caminho, hoje como aluna e amanhã provavelmente como educadora, mas consciente da necessidade urgente de se investir realmente na educação e nos educadores, pois não podemos negar que é preciso construir mudanças políticas públicas de educação, tendo como responsabilidade qualificar os professores e a escola. Com isso, todos têm muito a ganhar: os alunos, os educadores, a escola e a sociedade.

uesb

uesb